Abrigos antinucleares: tensão política faz venda crescer nos EUA. Ilustração: techbreak / Condutta
“Eu não sei qual é a razão, mas os negócios estão incríveis”. A frase é de Brian V. Camden, engenheiro que trabalha na Hardened Structures, uma empresa especializada em criar abrigos subterrâneos capazes de te salvar de um bombardeio e até um ataque com armas nucleares. As informações são do site Popular Mechanics.
+ Modelo choca a internet ao revelar quanto fatura em plataforma de venda de conteúdo
+ Homem doa US$ 316.000 em dinheiro roubado junto de economias da família para chamar atenção de streamer
+ Vídeo: Rússia avança no ártico com o poderoso TM-140
“Vendemos bastante no Texas, em Nova York também”, diz Sharon Packer, da Utah Shelter Systems, afirmando que os negócios também estão indo bem por lá. “Eles já tiveram uma experiência ruim por lá. Tivemos um aumento considerável de atividade nos últimos seis meses. É um negócio movido pelas más notícias, e os jornais estão cheios delas”, completou.
A paranoia nos Estados Unidos pelos abrigos antinucleares não é de hoje. Desde os primeiros dias da Guerra Fria, o negócio aqueceu e se expandiu por todo o território, embora a tecnologia envolvida nestas construções tenha evoluído muito pouco desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com especialistas. Os custos para a manutenção destes cômodos se dão principalmente nos recursos que envolvem filtros de água e ar e geradores de energia.
No mercado desde 1991, a Hardened Structures já fez algumas centenas de abrigos país afora, contando um em Adirondacks capaz de abrigar até 100 pessoas. O preço: US$ 90 milhões.
Outro especialista do segmento, Bruce Beach, afirmou já ter construído “umas duas dúzias” de abrigos. A construção que lhe dá mais orgulho foi feita em Ontario, no Canadá. Apelidado de Ark Two (arca, em inglês), o abrigo possui uma biblioteca, sala de conferência, lavanderia, cozinha, quartos e cômodos sociais. Segundo ele, a capacidade é de até 350 ocupantes.
Uma coisa é praticamente uníssona entre os fabricantes de abrigos: quanto mais inconstante o relacionamento diplomático dos Estados Unidos no exterior, maiores as vendas. As recentes ameaças do ditador norte-aoreano Kim Jong-un e a instabilidade no relacionamento com Irã têm despertado cada vez mais o medo dos residentes, que buscam alternativas no caso de um ataque.
Sharon Packer, diretora da Associação de Defesa Civil dos Estados Unidos e fundadora da Utah Shelter Systems, diz que 80% dos seus clientes são advogados ou médicos. “Eles não são especialistas em sobrevivência que sairão por aí correndo na floresta. São pessoas conservadoras com os olhos abertos para as ameaças. Eles entendem a razão e estão no mercado da solução de problemas”, afirmou ao site.